Lenda do Tesouro da corrente sem fim

Há uma história estranha sobre um local abaixo das ruínas da ponte da Mariazinha, onde passava os trilhos da Viação Férrea, no lado oeste do Morro de mesmo nome. Dizem que há uma corrente de ferro mergulhada nas águas do rio Caí. Ela só pode ser vista em períodos de seca, quando o nível do rio baixa.

Dizem que um dos padres jesuítas que fixaram residência no local encontrou um misterioso baú, contendo riquezas inimagináveis. Corrompido pela cobiça, ele guardou a descoberta em segredo. Misteriosamente, conseguiu uma grossa corrente de ferro e a prendeu no lado oeste do Morro, no paredão de pedras. Inacreditavelmente, o jesuíta introduziu a corrente dentro do morro, fixando uma das pontas no topo. Na outra extremidade prendeu o estranho baú, que foi jogado no rio.

O padre escondeu o baú para garantir que seu achado não fosse roubado. A corrente indicaria o local e evitaria que a correnteza levasse o cofre. Porém, o padre contou a uma pessoa sua história e faleceu pouco tempo depois de terminar seu trabalho, decapitado. O que ele não revelou foi como retirar o baú do fundo do rio.

Dizem que o baú continua no mesmo local, apesar de muitos terem se arriscado a tentar retirá-lo. Os que se tentaram dizem que o local é mal assombrado, que o espírito do padre anda por lá para proteger o seu tesouro. Quando o rio está baixo, a corrente na pedra se torna visível. Nessas ocasiões o jesuíta aparece, sem a cabeça, sentado sobre a laje, onde mantém a sua eterna vigilância.

Diversos afogamentos aconteceram naquela região. Excetuando-se as mortes, o local é mais envolto em dúvidas e mistérios do que fatos. Dizem que os barulhos assustadores de correntes podem ser ouvidos e que a laje se move para jogar as pessoas no rio. Porém, é inegável que nunca conseguiram retirar a corrente do rio nem encontrar o seu fim, apesar das inúmeras tentativas.

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