Lenda do Cerro das Almas

O Cerro das Almas localizado no município gaúcho de Capão do Leão possui diversos relatos da origem do seu nome e diversas histórias sobre empreitadas realizadas em suas grutas. Em uma delas dizem existir um cemitério de escravos mortos por castigos de seus senhores em tentativas de fugas, também há variações da lenda que diz que lá seria um cemitério indígena e não escravo, outras variações afirmam que os túneis teriam sido usados pelas tropas portuguesas na época em que expulsaram os espanhóis da região. Alguns ex-funcionários das empresas de mineração alegavam ter visto trechos de peabirús (Via que ligava os Andes ao Oceano Atlântico) e também inscrições rupestres gravado nas pedras.

O Professor Agostinho Dalla Vecchia no início dos anos 90 empreendeu um trabalho de resgate da memória da população negra na região, realizando várias entrevistas com descendentes de escravos, e dentre suas entrevistas, uma foi feita com o Sr. Segundino Rosa, que em uma de suas falas relata a morte dos escravos pelos senhores:

“Queles que era preso… era aquela, queles que pegavam de noite, aqueles não iam pro serviço… aqueles, pegavam e ficava preso assim e depois eles… Terminava co a vida deles.”

Muitos alegam a origem do nome ao grande número de almas que ainda moram nas cavernas e nas redondezas do cerro

Entre relatos de aventureiros que exploraram as cavernas do Cerro das Almas, conta-se que é impossível entrar muito a dentro em suas entranhas pois nem fogo nem lanterna ficam acessas, ou por falta de oxigênio ou por algum tipo de magnetismo.

Moedas do tempo do império já foram achadas na região, contam os mais antigos que muito ouro português existe dentro das cavernas, pois o dedão (uma rocha em formato de dedo, e que é ponto turístico) era a referência para a localização ao longe do esconderijo de riquezas e armas. Sendo este uma das origens do nome “Cerro das armas” reconfigurado em um erro de entendimento de pronúncia que se transformou em “Cerro das almas”. Mas se o Cerro é das “Almas” ou das “Armas”, ninguém sabe, o que fica somente é a curiosidade do local, que ainda hoje é visitado e explorado por curiosos em busca das riquezas e histórias das suas cavernas.

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